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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caneta e caderno na mão

Uma coisa inquieta o verdadeiro educador: como se faz educação de qualidade? E mais profundamente; como se faz educação de qualidade em um país subdesenvolvido? E quando pensamos em subdesenvolvimento acrescenta-se o danoso fato de este país ainda possuir uma democracia muito frágil, instituições em processo de consolidação e uma sociedade viciada em toda sorte de péssimas condutas diante da ética, da cidadania e dos valores.
Qual o perfil do estudante de uma escola modelo? E do professor? E da escola? Quais os materiais didáticos ideais? Confesso, não sei responder com precisão. Posso apenas fazer uma alusão ao aluno da rede pública da cidade onde moro e das da região onde ela está situada. O perfil do aluno atual é este :caneta e caderno na mão. Assim, quase "despido", ele se encaminha todos os dias à sua sala de aula. Sem livros, sem mochila, sem paradidáticos, sem dicionário, sem lenço e sem documento. Apenas de caneta e caderno na mão. Dessa forma aprende fórmulas complicadas de ciências, consegue identificar os elementos de uma célula, aprende conceitos complicados de geometria, produz textos com excelente coesão e coerência textual, domina as regras e fórmulas matemáticas, entende a estrutura e formação do corpo humano de maneira singular e... É assim mesmo, só com a caneta e o caderno na mão.
Penso numa educação diferente. Numa educação atrelada à vida, à subsistência imediata e futura. Aliada do significativo. Irmã das inovações. Investigativa.Gerida pelo Estado. Objeto do interesse dele, sim. Industrial, humana, instigante. Fruto de muito investimento. Base da sociedade.Integral. Moderna e tecnológica. Para além da caneta e do caderno na mão, apenas. Vamos pensar sobre isso!